RARO E CARO


RARO E CARO

Demora muito tempo para tornar-se um bom filatelista. Conhecimento e a maturidade são qualidades desenvolvidas ao longo de uma existência. A maioria, lamentavelmente, nunca passa da infância.

Através dos tempos poucos foram os filatelistas que desenvolveram a arte de saber o que é raro e o que é apenas caro.

Uma quantidade ainda menor de colecionadores sabe a diferença entre um selo de boa qualidade. Às vezes um selo que não é raro e nem é caro, dificilmente aparece numa qualidade extraordinária.

Existem selos isolados raros que não são caros (milésimo gol do Pelé sobre envelope circulado na época), não muito raros e que são caros )(1 Franco Vermillon da França) e selos raros e caros (Acre).

Como saber a diferença?

Imagine que você dispõe de recursos financeiros ilimitados (que bom seria) e sai para adquirir uma peça rara, cara, sei lá.

Digamos que você pretende comprar um selo da França de 1 Franco Vermillon. Uma “raridade” da filatelia clássica daquele país.

Aposto que num prazo de uma semana você conseguiu o seu exemplar.

1 Franco Vermillon da França

Com este mesmo numerário você deseja adquirir um selo da Vovó, nº. 274 que está cotado no Catálogo de Selos do Brasil por R$ 19.000, ou um 300 Inclinado novo, perfeito, nº. 9, cotado a R$ 23.000.

O 274 Ruy Estadinho

O 300 réis Incliando novo

O 600 réis Incliando novo

Aposto que você irá procurar por anos para conseguir os dois exemplares. Talvez até décadas.

Certa vez recebi a visita de um colecionador avançado em todos os sentidos. Já estava com 92 anos e procurou a RHM para completar a coleção. O derradeiro sonho era conseguir um 300 e 600 réis do Brasil (nºs. 9 e 10). Fiquei de avisá-lo assim que surgisse uma ou outra peça qualquer.

Já era tarde demais. Ele passou mais de 70 anos e não conseguiu completar a coleção. Ficaram faltando estas duas peças.

O filatelista maduro sabe a diferença entre raro e caro. Sabe que certas oportunidades não devem ser perdidas.

Pena que muitos não pensam assim.

Acabam formando um prédio (coleção) sem vigas e nem pilares (selos raros) e como já dizia o Barão de Itararé:

De onde menos se espera é daí que não vem nada mesmo.

Peter Meyer

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