ARTIGO 05 – OS QUATRO CAVALEIROS DA SÉRIE NETINHA
Segundo o filatelista Helmut Ponge os selos emitidos entre 1937 e 1939 da série Netinha, rhm:313 até rhm:317 nos valores de 50, 100, 300, 400 e 500 réis na filigrana denominada “Cruz de Cristo – M” vertical teriam sido impressos por engano com um papel destinado à fabricação de selos fiscais.
Ainda segundo Ponge os selos de 50, 100 e 300 réis foram impressos uma segunda vez para evitar especulações. Apenas os selos de 400 e 500 réis não tiveram uma segunda impressão. Por esta razão estes selos com carimbo tem um valor elevado, mas atenção. O carimbo deverá ser anterior a 18 de março de 1938.
FILIGRANA CRUZ DE CRISTO – M
Em 1942 novamente aparece a filigrana “Cruz de Cristo – M” e agora nos selos de 20, 200, 5.000 e 20.000 réis.
São os famosos QUATRO CAVALEIROS DA SÉRIE NETINHA (rhm:401, 402, 403 e 404)
Destes quatro selos 3 são realmente muito raros e cada um deve ter uma história.
O selo de 20 réis, por exemplo, existe em quantidade relativamente grande.
Para encontrar no site www.oselo.com.br basta colocar na busca rhm:401
Já o 200, 5.000 e 10.000 réis são um verdadeiro desafio para qualquer colecionador.
O que nós sabemos a respeito destas raridades da década de 40?
Sabemos que o selo de 200 réis (rhm:402) foi encontrado na cidade de Jaraguá do Sul/SC. A folha era de 150 selos como mostra a quadra ilustrada a seguir. Isso não significa que temos no mercado 150 selos, uma vez que ele foi usado e neste caso muitas vezes jogado fora.
Item K3495 no site www.oselo.com.br
Já o selo de 5.000 réis (rhm:403) com a imagem de Floriano Peixoto tem uma outra história. Ao que tudo indica ele é na verdade uma variedade do selo rhm:434 A, agora sem os três traços verdes impressos no verso.
rhm:434 A
OS TRAÇOS VERDES
“A venda de selos por revendedores autorizados era feita com selos dotados de três traços verticais, na cor verde, impressos no verso – Decreto-Lei 2937 de 27 de janeiro de 1941.”
A hipótese de que uma parte destes selos não tenham recebido os traços verdes fica mais evidente quando no TESOURO DO BAÚ encontramos a peça mostrada a seguir.
Selo de 5.000 réis na filigrana “Cruz de Cristo – M” vertical com parte dos traços verdes no verso e ao que tudo indica uma dobra que interrompeu a impressão total dos traços.
Assim sendo, tudo leva a crer que o 404 é uma variedade que o editor do Catálogo havia considerado um selo tipo (sem sufixo). O curioso é que na edição de 1970 do Catálogo de Selos do Brasil do Dr. Francisco Schiffer aparecem as seguintes informações (veja a imagem a seguir). Além de dizer que existem 32 exemplares do 404 ele pula o 403. Em 1977, já com a marca RHM o selo 403 aparece catalogado.
PÁGINA 36 DO CATÁLOGO DE SELOS DO DR. FRANCISCO SCHIFFER DE 1970
Já o 404, um dos selos mais raros do Brasil, o Catálogo RHM cita a existência de 28 exemplares novos e sem goma (todos descentrados) e 8 exemplares usados.
Recentemente encontrei no Baú do RHM uma xerox com a imagem de 4 exemplares carimbados e nenhum deles é o ilustrado abaixo. Desta forma temos a imagem de 5 exemplares carimbados e falta saber onde estão os outros 3.
XEROX DA MESA DE RHM
O exemplar ilustrado também foi encontrado no TESOURO DO BAÚ. Além deste 404 encontramos um 403 (s43624) e 6 exemplares do 402 (k3493a95). Quem sabe encontraremos mais em outra caixa qualquer.
s43624 - o famoso 403
OS 402 DE JARAGUÁ DO SUL
De qualquer forma são raríssimas as coleções que tem os QUATRO CAVALEIROS (DO APOCALIPSE) DA SÉRIE NETINHA.