CENTENÁRIO DA REVOLUÇÃO PERNAMBUCANA


CENTENÁRIO DA REVOLUÇÃO PERNAMBUCANA

“Quando menos esperávamos, eis que de súbito chega a esta Corte, a 25 de março (1817), a espantosa notícia de que a Província de Pernambuco estava toda revolucionada, e que os habitantes do Recife tinham cometido os mais horrorosos delitos contra a autoridade real e a integridade da nação, arvorando a bandeira da rebelião e proclamando a decantada liberdade dos jacobinos. Esses insensatos, havendo forjado nas trevas essa fatal conspiração, cujo veneno beberam sem dúvida nos pestilentos catecismos da impiedade e da anarquia (que infelizmente chamam livros de luzes), a fizeram arrebentar no dia 6 de março com uma explosão tão violenta, que assombrou todo o Brasil e encheu de espanto a Europa inteira. “assim o historiador padre Perereca, já mencionado, descreveu o susto provocado na Corte de D. João VI com a notícia da Revolução Pernambucana de 1817. “Entretanto, El-Rei Nosso Senhor, lamentando em seu terno coração a demência de tais vassalos”, decidiu mandar uma esquadra ao porto de Recife e “castigar tão atroz delito”.

Os autores de “tão atroz delito” também não faziam cerimônia. Dizia uma dos suas muitas proclamações republicanas: !Essa rançosa e abastada fidalguia do Sul é o vosso único inimigo, o povo que os acompanha ou é seduzido ou arrastado à força; e que podem recear homens livres dessa chusma de escravos que seguem quatro ou cinco pseudo-fidalgos sem letras, sem talentos, sem virtude, que não sabem senão vegetar e arrotar embófias e fanfarrices, e que não estudam outra ciência senão  a história de suas arruinadas casa?”

Os revolucionários pernambucanos expulsaram o governador, assumiram o poder e só tiveram tempo para três providências: mandar emissários às províncias vizinhas, um decreto abaixando e outro aumentando as despesas (aumento para os funcionários civis e militares). A esquadra do rei chegou, junto com tropas terrestres da Bahia, e a repressão foi dura e cruel: prisões em massa, tortura, degredos perpétuos ou temporários em Moçambique e Angola, e dezenas de enforcados e fuzilados. Entre eles, vários padres que constituíam a maioria da liderança revolucionária.

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