OS DISCURSOS DE POSSE SÃO SEMPRE IGUAIS?
O primeiro brasileiro eleito pelo voto indireto foi o Regente Feijó (Diogo Antônio Feijó).
Uma figura ímpar na História do Brasil.
A sua filiação legítima não é conhecida e segundo alguns o pai teria sido um padre (cônego Manuel da Cruz Lima) e a mãe a Sra. Maria Joaquina Soares de Camargo (solteira).
Educado por padres, tornou-se presbítero e com isso passou a rezar missas e ministrar sacramentos. Era um liberal, a favor ao fim do celibato e era pequeno proprietário rural com alguns escravos.
Participou das Cortes de Lisboa e no retorno serviu como deputado no Primeiro Reinado.
Não foi eleito para a Primeira Assembleia Legislativa, mas acabou ocupando o cargo vago deixado por Fernandes Pinheiro que assumiu uma vaga no Senado. Foi Deputado por São Paulo em 1826-1829 e 1830-1833.
Em 7 de abril de 1831, após a abdicação de Dom Pedro I, forma-se a Regência Trina Provisória composta pelo Marques de Caravelas, Senador Nicolau de Campos Vergueiro e do General Francisco Lima e Silva. Em 6 de julho de 1831 assumiu o Ministério da Justiça e criou a Guarda Nacional para combater os tumultos existentes.
No confronto com José Bonifácio, o Padre Feijó perdeu a batalha e renunciou ao cargo em 26 de julho de 1832.
Em 1º de julho de 1933 foi nomeado Senador pela Província do Rio de Janeiro e continuou a defender a destituição de José Bonifácio, tutor do jovem Dom Pedro II.
PRIMEIRA ELEIÇÃO NO BRASIL-16 de março de 1835 Sobrecarta de Lorena para o Juiz de Paz do Distrito de Embaú a respeito da eleição do Regente Imperial no dia 7 de abril com a marca manuscrita "S.P.N. = Serviço Público Nacional".
Nesta eleição venceu o Padre Diogo Antônio Feijó, Ministro da Justiça e chefe liberal paulista, apoiado pelos chimangos (liberais moderados). Tem início a REGÊNCIA UNA.
Com a proclamação do Ato Adicional, em 1834, que transformava a Regência Trina em Una, foi eleito pela Assembleia Geral Regente do Império. Foi empossado a 12 de outubro de 1835.
Desta forma ele foi o primeiro brasileiro eleito e teve, naturalmente, um discurso de posse.
A seguir o impresso ORIGINAL do discurso de posse. Destacamos algumas passagens para provar que o título do artigo é verdadeiro e atual.
1835-AS PROMESSAS
Por Regente Feijó (na grafia original)
“A Escolha de Empregados publicos amigo de nossas Instituições, caracterisada pela sua probidade e aptidão, será hum dos principaes cuidados do Governo: elles serão aproveitados aonde quer que se encontrem, quaesquer que tenhão sido até agora as suas opiniões, ou o partido a que tenhão pertencido.”
“A impunidade deve cessar: a tranquillidade publica deve descançar sobre bases mais firmes e seguras.”
“A arrecadação das rendas publicas far-se-há com zelo, mas sem vexame, e a mais severa economia das despezas, convencerá os Brasileiros de que nem o patronato, nem considerações pessoaes, regulão a partilha desse depozito de parte de sua fortuna, que somente será applicado ás necessidades do Estado.”
“A prudente introdução de Colonos tornará desnecessária a escravatura, e com a extinção desta, muito lucrará a Moral e a fortuna do Cidadão.”
Eu já escutei algo parecido e você?