GANHEI 30 MILHÕES NA LOTERIA


GANHEI 30 MILHÕES NA LOTERIA 

Imagine que você ganhou 30 milhões na loteria. Muito dinheiro, não é mesmo?

Pode acertar ou estragar a sua vida.

Vamos supor que isso tenha acontecido para explicar algo relacionado à filatelia.

Você ganhou esta quantia e decide investir em pinturas (“obras de arte”).

Por essa razão você vai até a praça no final de semana onde os atuais pintores expõem os seus trabalhos. Você decide “investir” e compra todas as telas expostas. Não discute o preço e paga à vista. Afinal de contas você tem 30 milhões.

Na semana seguinte você faz a mesma coisa. Sem olhar as pinturas e sem pedir descontos.

Desta vez, entretanto, existem mais pintores que na semana passada. Souberam que um grande investidor está visitando a feira todos os domingos e compra tudo que aparece.

No final de alguns meses são milhares de pintores e ai você percebe que o seu dinheiro está quase no fim.

Você alugou um enorme depósito (o seu álbum, um armário) para abrigar a enorme quantidade de telas (selos) e quadros (blocos).

SUA ESPERANÇA?

Ver um dos inúmeros pintores ficar famoso e valorizar (Brasiliana 1983).

Quem sabe ele vire um Renoir, Picasso, Leonardo da Vinci (Selos do Brasil Império), etc. 

VOCÊ FARIA ISSO?

Não acredito. Só um louco para fazer uma coisa dessas. 

NA FILATELIA ISSO ACONTECE?

Sim, em escala menor. Compram todos os selos modernos (sem as variedades) em grande quantidade, pois acreditam que alguns exemplares se transformarão em peças raras (Picassos). No final percebem que um item, dos milhares adquiridos, valorizou. Esta valorização, entretanto, é ínfima quando comparada à perda nas demais peças. Foi o que aconteceu com os Blocos Brasiliana de 1983. Valorizaram? Sim, mas se a pessoa comprou, digamos, 100 selos de cada (e 100 Brasilianas) ele perdeu dinheiro. Faça você mesmo a conta e verá.

COM SELOS CLÁSSICOS ISSO ACONTECE?

Não, pois o número de peças diminui e há uma lenta e gradual valorização. Até a segunda escolha (selos com defeitos) valorizam. A curva de valorização é acentuada nos selos perfeitos e de menor intensidade nos selos defeituosos.

Os selos clássicos da Suíça mostram isso. Peças com pequenos defeitos já custam entre 40 e 50% do valor do Catálogo e no Brasil as que custavam entre 5 e 10% e atualmente conseguem entre 25 e 30% do valor.

O número de peças que volta ao mercado é menor que o número de peças que entram nas coleções.

O que vale para os selos clássicos vale também para as variedades modernas.

Você já pensou nisso?

MAS EM 50 ANOS ISSO IRÁ MUDAR?

Não sei responder. Só posso olhar o que já aconteceu. Um selo de 1850 (30 e 60 réis Vertical) que já tem quase 160 anos continua custando menos que R$ 10. Nasceu barato e comum e continua assim por dezenas e dezenas de anos. Qual a razão de um selo moderno ficar assim daqui a 50 anos? Sei lá, já não estarei por aqui para responder. O passado já falou e o futuro a Deus pertence.

Por Peter Meyer

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