III CONGRESSO PANAMERICANO
Texto de Wladimir Araújo do livro “História Postal dos Selos Comemorativos no Brasil – 1900 a 1942” do saudoso Luiz A. Duff Azevedo.
Entre os dia 23 de julho e 27 de agosto de 1906, reúne-se no Rio de Janeiro o III Congresso Pan-americano, cujas sessões se realizam no Palácio Monroe, imponente construção neoclássica edificada para esta ocasião. Entre os muitos congressos pan-americanos já realizados, esse se reveste de importância especial porque marca, de fato, o início dos encontros sistemáticos e periódicos dos representantes dos países das Américas. Nele ficou decidido tornar permanente a União das repúblicas Americanas, nome oficial da organização a partir de sua primeira reunião, em 1889, em Washington, por iniciativa do governo dos Estados Unidos. O representante do governo norte-americano, o secretário de Estado Elihu Root, assumiu o compromisso de se empenhar pela obtenção do dinheiro necessário para uma sede permanente em Washington, o que acabou acontecendo por meio de uma doação do milionário e filantropo Andrew Carnegie, com o complemento de verbas de vários governos das Américas. Como agência intergovernamental do continente, a União tinha por finalidade principal zelar pela paz e segurança da região, emprenhando-se também pela solução pacífica de conflitos que eventualmente surgissem. Além do Barão do Rio Branco, entre os representantes brasileiros de destaque estavam Assis Brasil, que já fora embaixador em Lisboa e Washington, e Olavo Bilac, jornalista e poeta com imensa popularidade em todo Brasil.
Comentando o evento, O Estado de S. Paulo, de 5 de agosto de 1906, escreveu: ”A data de 1893, tão útil e sã doutrina (a Doutrina Monroe) está sendo encarada com desconfiança, senão com hostilidade, por motivo da expansão imperialista do colosso do Norte. (...) Na verdade a situação atual não pode tranquilizar as repúblicas da América Latina, ciosas dos seus direitos soberanos”.
Selos comemorativos emitidos em 23 de julho de 1906 para o Congresso rhm:c-5 e C-6.