INSTRUMENTOS DO FILATELISTA
Para a classificação e o exame de um selo postal são necessários os seguintes instrumentos:
Benzina (de preferência retificada) – Este líquido, difícil de ser adquirido nas farmácias, serve para ver a filigrana (marca d’água) bem como se a peça tem afinamentos do papel, defeitos, dobras e restaurações. Ele é colocado no filigranoscópio. O filigranoscópio (nome pomposo de uma pequena bacia de plástico) pode ser substituído por uma superfície impermeável na cor preta. Geralmente a benzina não prejudica o selo (exceto nas primeiras emissões dos selos de taxa).
Filigranoscópio – A bacia de plástico na cor preta.
Lupa – Para ver detalhes do selo e esta pode ser grande ou pequena. Atualmente podemos digitalizar a peça para ver com maior precisão bem na tela de um computador e assim podemos poupar a visão.
Microscópio eletrônico – Acoplado ao computador permite ver a trama do papel, os pigmentos azuis nos selos Inclinados e eventuais restaurações.
Pinça – Objeto próprio para pegar os selos sem que a umidade das mãos venha a provocar uma futura oxidação (ferrugem). Existem pinças filatélicas apropriadas. Evite pinças para outras finalidades.
Odontômetro – Aparelho que serve para medir a quantidade de picotes em cada 2 centímetros. A forma correta de utilização você poderá ver nos vídeos disponibilizados no site www.oselo.com.br.
Dica: No Brasil temos alguns selos (rhm:091L, rhm:92L, rhm:93M) com denteações 5,5 – 7, 8,5 – 9. No caso de ser 5,5 você deverá procurar a denteação 11 = 2 x 5,5 e conferir pulando uma casa, ou seja, na denteação 5,5 você encosta o odontômetro e conta um picote sim e outro não. A denteação 5,5 ocorreu justamente por causa da quebra da máquina que fazia a denteação 11 e retiraram um pino a cada dois. Isso vale para as outras medidas (7 ver a 14).
Paquímetro – Existem diversos modelos. Eu prefiro o mecânico que está ilustrado. Existem de molas e digitais. Com o paquímetro você poderá medir a espessura do papel em micra. Um papel fino tem 45 a 50 micra e um papel espesso 100 ou mais.
Lâmpada UV – Os profissionais empregam também a lâmpada ultravioleta para examinar o selo ou peça filatélica. Com ela podemos verificar se um selo foi lavado quimicamente para que fique com aparência de novo. Podemos ver eventuais restaurações e se o selo apresenta fosforescência (existente nos selos brasileiros a partir de 1972).
O papel fosforescente passou a ser empregado nos selos postais do Brasil por duas razões principais: evitar falsificações e para a obliteração mecânica nas agências postais. As máquinas de triagem dos Correios têm uma lâmpada ultravioleta que verifica a existência do selo postal que é carimbado automaticamente. Um leitor óptico lê o CEP (código de endereçamento postal) e faz a triagem da correspondência.
Em casos muita raros podemos empregar a fluorescência de raios x e a espectrometria de massa para conhecer a composição da tinta de um selo ou mesmo de um carimbo para saber se condiz com a época da emissão do selo ou da autenticidade de um carimbo raro (geralmente nos carimbos sobre os numerais do Brasil – Olhos de boi, Inclinados e Verticais).
Muitas vezes o carimbo é quem dá um elevado valor a um selo postal, notadamente os carimbos verdes, amarelos, azuis e em alguns casos o vermelho.