O DIA PRIMEIRO DE NOVEMBRO DE 1755


O DIA PRIMEIRO DE NOVEMBRO DE 1755
Lisboa, Portugal

No dia de Todos os Santos Lisboa sofreu um grande TERREMOTO.
Estima-se que foi um evento de grau 9 na escala Richter. Igrejas repletas caíram (cerca de 35) e a morte, o roubo, o fogo tomou conta da cidade. Dias depois um segundo terremoto abalou a cidade.
A população fugiu para a região portuária e logo perceberam o erro. Um “tsunami” gigantesco matou centenas.
A cidade ficou em chamas e depois veio a peste e a fome. A família Real escapou da morte, pois estava no Paço de Belém, propriedade adquirida com o ouro brasileiro. O prejuízo material foi imenso. Jóias, prataria, ouro, moedas sumiram e a Coroa precisava tomar uma atitude.
Após a hecatombe o Brasil recebeu a fatura do prejuízo. Foi criada uma sobretaxa comercial sobre bens e escravos por um período de 10 anos.
A colônia e suas câmaras cederam, desde que após os 10 anos este “imposto” cessaria. Não foi isso o que aconteceu, obviamente.
Até 1777, Portugal recebeu cerca de 1.000 quilogramas adicionais de ouro só de Minas Gerais.
O Rei Dom José gastou o que podia até o último dia de seu reinado, deixando o exército em farrapos. Quando faleceu, deixou quatro filhas, sendo que a primeira passou a ser D. Maria I, casada com Dom Pedro III, irmão de Dom José I.
Este evento ocorrido durante o Reinado de Dom José I, administrado pelo futuro Marques de Pombal, abalou as finanças e gerou a PRIMEIRA ORDEM DE DERRAMA.
O grande amigo de Dom José no Brasil era o Governador Capitão General de Goiás João Manoel de Mello que instituiu a forca e a pena de morte na capitania. Prendeu os administradores corruptos do governo anterior e promoveu a paz naquela região hostil e perigosa.
Felizmente existem registros destas atitudes registradas na pré-filatelia brasileira. São cartas com a indicação “Por El Rey” assinadas pelo próprio Dom José que além de atravessarem o Oceano Atlântico seguiram uma penosa viagem até o interior do Brasil.



DOM JOSÉ I-Rei de Portugal de 1750 até 1777

26/10/1761-CARTA SECRETA SOBRE O VALOR DAS ARREMATAÇÕES

Sobrecarta do Rei Dom José I ao amigo e agora Governador Capitão General de Goyaz João Manoel de Mello solicitando ajuda para o cálculo dos novos valores das arrematações da Minas. Sugere que se faça a soma dos valores de 5 arrematações e que encontre o valor médio e pessoas idôneas para evitar extorsões. A peça é assinada pelo Rei. Palácio de Nossa Senhora da Ajuda, 26 de outubro de 1761 e assinada “Rey.:.”. Na parte externa “Por El Rey” – 1ª Via e INDICAÇÃO “SOBRE ALUTAÇÃO DO DONATIVO”.

 

30/7/1766-CARTA SOBRE CONTRABANDO E DEVASSA 



Sobrecarta do Rei Dom José I ao amigo e Governador Capitão General de Goyaz João Manoel de Mello em três páginas e assinada “Rey.:.”. Os importantes e freqüentes extravios de ouro, que por contrabando se tem desencaminhado das Minas Gerais para as Cidades do Rio de Janeiro, Bahia e Portos, sendo prejudiciais aos meus Reais Serviços e aos moradores obrigados a completar as quotas dos quintos nas Casas de Fundição mandei proceder a Devassa. Menciona as barras falsas e objetos religiosos fabricados para o contrabando. Pede ao Governador que liberte os presos na Província que deverão servir nos Regimentos. Nas cidades o Rei manda prender todos os ourives, aprendizes, solteiros, pardos, forros e fechar todas as lojas de mestres, seqüestrando os instrumentos para as obras de ouro. Ordena ainda o degredo dos escravos ligados ao serviço e contrabando ao degredo em Angola. Aos delatores sugere a delação premiada com “meia pena” (delação premiada).

Palácio de Nossa Senhora da Ajuda, 30 de julho de 1766. Assinada “Rey.:.”. Na parte externa indicação “Por El Rey”.

 

O imposto pago pelos brasileiros só terminou com o início da administração da Rainha D.Maria I (a que ficaria louca após perder o marido, o filho primogênito, uma filha e um neto recém nascido).

Antes porém ela alistou os bons administradores, entre eles Dom Rodrigo de Souza Coutinho (Conselheiro responsável pela estatização dos serviços postais) e de José Almeida de Vasconcellos, Governador de Goiás na época.



D. MARIA I -RAINHA DE PORTUGAL (1777-1816)

29/7/1777-RAINHA DONA MARIA I PEDE A VOLTA DO GOVERNADOR

Sobrecarta da Rainha Dona Maria I para o Governador Capitão General de Goyaz em Villa Boa Jozê de Almeida de Vasconcellos para que volte para Portugal e a auxilie no Governo, já que jurou fidelidade ao Senhor Rey Dom Jozê o Primeiro, Meu Pay e Senhor que Santa Gloria haja. Escrita no Palácio de Quelus em 29 de julho de 1777.



 

Assinado: “Rainha.:.”  No lado externo indicação “Pela Raynha”.

FILATELIA É HISTÓRIA

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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