Os Cruzeiros


A PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA E OS NOSSOS SELOS POSTAIS

Quando dizemos que filatelia é História, pois os selos levavam mensagens, cartas, etc. estamos dizendo que as mensagens contidas podem esclarecer fatos relevantes do passado.

Analisando as emissões postais podemos também demonstrar como determinados fatos históricos mudaram os nossos selos postais.

A Proclamação da República, fato até certo ponto recente da nossa história, ainda não foi muito bem esclarecida. Acredita-se de o Marechal Deodoro, muito amigo de Dom Pedro II, estaria acamado e que foi com dificuldades físicas destituir o Ministro Visconde de Ouro Preto.

Qual foi a surpresa dele quando seus parceiros induziram-no à realizar a Proclamação de República?

Teria sido assim mesmo?.

Nos jornais do dia 16 de novembro de 1889 eu li: O País – Na primeira página uma matéria do tamanho de um anúncio de um automóvel dizendo: ontem foi Proclamada a República.

Já num jornal Republicano a manchete era FOI PROCLAMADA A REPÚBLICA. Foi um golpe de estado? Eu acredito que foi um golpe e que a nossa História foi mal contada.

Tive a grata satisfação de visitar no dia 15 de novembro de 2005 a cidade de Marechal Deodoro nas Alagoas. Minha surpresa foi que durante o DESFILE que aconteceu apenas duas pessoas estavam cantando o Hino Nacional: Eu e minha esposa. Pensamos: será que eles não sabem? Serão tímidos? São brasileiros mesmo? Estranho que nós e apenas nós estamos cantando esta música na terra do PROCLAMADOR DA REPÚBLICA.

Bem, voltando aos SELOS POSTAIS.

Os selos do Brasil Império eram impressos na Casa da Moeda (últimas emissões). Pode-se verificar que havia um rigoroso controle de qualidade, pois as cores destas emissões são firmes e com poucas nuances. Veja a seguir alguns exemplos disso.

VEJA A SEGUIR OS SELOS DE 50 RÉIS CABEÇA GRANDE E PEQUENA-CATÁLOGO Nº 48 E 53

Nº 53

Nº 48

Estes selos quase não apresentam nuançes de cor, pois o controle de qualidade existia.

Após a Proclamação da República, entretanto, surgiram os selos chamados CRUZEIROS. O desenho destes selos já havia sido realizado no Império, quando o então Ministro Ruy Barbosa determinou alterações no desenho e aprovando as cores desta primeira emissão da República.

VEJA A SEGUIR OS TIPOS DE 50 RÉIS CRUZEIRO (nº 71), IMPRESSOS NO MESMO LOCAL QUE OS SELOS IMPERIAIS

verde cinza (71) - verde azulado (71a) - verde escuro (71b)

ardósia (71c) - ardósia esverdeado (71d) - verde (71e)

azul safira (71f) - oliva (71g) - oliva amarelado (71h)

Ele determinou que fosse incluído no desenho as letras EU antes da palavra Brasil e que o Distrito Federal, no caso o Rio de Janeiro, surgisse em forma de uma estrela adicional no contorno. Veja ilustrações a seguir.

As cores aprovadas, o desenho alterado e a Casa da Moeda (a mesma que fazia os selos anteriores) passou a impressão.

O que aconteceu então?

Uma bagunça generalizada. Um único selo apresenta até 9 cores diferentes.

Veja o 50 réis Cruzeiro, por exemplo. Pode-se concluir que a palavra LIBERDADE passou a ser LIBERTINAGEM, pelo menos no que se refere ao controle de qualidade dos selos de então.

O resto nós conhecemos bem: A política do encilhamento, as revoltas de Canudos e Contestado, a Revolta da Armada, o voto de cabresto e o medo que havia do brasileiro escolher seus dirigentes.

Este medo persiste?

SIM, pois talvez quem não sabe cantar nem o Hino Nacional não deveria estar apto à escolher a classe política. Quem não sabe nem LER e ESCREVER está apto a escolher que nos dirige?

Como que se explica que para conduzir um automóvel você faz um exame e para dirigir uma Nação como o Brasil não se exige NADA, nem um teste, um exame, NADA, NADA?

Veja que a filatelia acabou ficando complexa em virtude dos desmandos, da falta de controle de qualidade, etc. e para terminar vejam as cores da primeira emissão republicana.

A filatelia pode falar nas entrelinhas e isso aqui fica provado de forma contundente.

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