PABLO PICASSO
Efemérides dia 08 de abril: 1973 — Morre Pablo Picasso, pintor espanhol
O grande mestre espanhol Pablo Picasso morre em 8 de abril de 1973 aos 91 anos, em sua propriedade de Mougins, nos Alpes Marítimos. Pablo Ruiz Blasco era pintor, escultor, gravador e ceramista e ainda criança produziu, com oito anos, as primeiras obras. No começo do século XX, já mais velho, Picasso se mudou para a França, onde se tornou líder do movimento cubista, ao lado do amigo Georges Braque. Dotado de uma excepcional sede de criatividade, Picasso lidou com todas as correntes pictóricas, neoclassicismo, surrealismo ou expressionismo, para se tornar um dos mestres incontestes da arte moderna.
Nascido em Málaga em 1881, ele era filho de José Ruiz y Blanco, pintor e professor de desenho, e de Maria Picasso y Lopez. Estimulado pelo pai, cursou a Escola de Belas Artes de Barcelona e, na cidade, expôs a obra “Primeira Comunhão” na Exposição de Belas Artes e de Indústria.
Picasso viajou pela primeira vez a Paris em 1900, com o amigo Casagemas. Lá se deparou com obras de Toulouse-Lautrec, Cezanne, Degas e Gauguin e se introduziu definitivamente nesse meio artístico. Seus quadros começam a ser vendidos na França e na Espanha e a obra “Derniers instants” foi apresentada na Exposição Universal de Paris. No ano seguinte, adoou definitivamente o sobrenome de sua mãe – Picasso.
Período azul e rosa : O colega Casagemas se suicida em 1901. Muito tocado pelo acontecimento, Picasso pintou diversos retratos do velho amigo, inaugurando o período azul, quando se instala no ateliê de Casagemas em Paris. Denomina-se azul este período entre 1901 e 1903 porque a cor dominou as telas do artista. O azul é utilizado para expressar a visão que o pintor tem do mundo, mistura de angústia e dor pela morte.
Após um breve retorno à Barcelona, em 1902, Picasso se instalou definitivamente em Paris em 1904. Ele se interessa pelo mundo do circo e pinta arlequins, malabaristas e acrobatas com uma tonalidade rosa que lembra certa melancolia. Este período rosa termina em 1906, época em que Picasso começa a criar pinturas bastante mais geométricas.
Cubismo: Aos 25 anos, Picasso muda o estilo de pintura e inicia a decomposição e reprodução de objetos em forma geométrica simples. Cézanne, a arte primitiva africana e a escultura ibérica foram fontes de inspiração do pintor no momento em que se inclinou ao Cubismo. É com “Demoiselles d’Avignon” que este novo estilo explodiu em 1907. No mesmo ano, conheceu Georges Braque, com quem desenvolveu a escola cubista. Os dois trabalharam juntos estreitamente.
Para responder ao problema de representar o que existe em três dimensões sobre uma superfície em duas dimensões, Braque e Picasso surgem com uma nova resposta: substituem os códigos usuais de cores, de volume e de perspectiva por um sistema de sinais geométricos. A isto, juntam numa fase anterior – o cubismo sintético – a utilização de pedaços de diversos materiais (areia, papel, chapa ondulada, madeira, tecido, cartão etc) para não cair na arte abstrata. Picasso abandonou o Cubismo em 1915.
Guernica e o engajamento político : A pedido de Jean Cocteau, poeta, romancista, cineasta, designer, dramaturgo ator e diretor de teatro, Picasso cria os cenários e o vestuário para os balés russos de Diaghilev. O artista retorna por um lapso à arte figurativa e pinta alguns retratos de família. A partir dos anos 1920, seus quadros tendem ao surrealismo. Pinta grandes banhistas de corpos desmembrados.Retrato de Amadeo Modigliani, feito por Picasso em 1915
Em 1937, quando uma guerra civil aflige a Espanha, Picasso expressa o repúdio ao bombardeio da cidade de Guernica com um quadro, hoje mundialmente famoso. A confecção da obra se deu para honrar um pedido do governo republicano espanhol para a Exposição Universal de Paris. Por meio de um quadro monumental, um dos mais conhecidos do pintor, Picasso exprime toda sua cólera e revolta. É o primeiro engajamento político de Picasso. Guernica simboliza de maneira universal o horror à guerra. Nessa luta pela paz, pintará em 1949 a famosa Pomba da Paz.
A despeito do clima austero da ocupação nazista na França, a criatividade de Picasso não esmorece. Escreve uma peça de teatro "Le Désir attrapé par la queue" (O Desejo Pego pelo Rabo) em 1941. Pinta telas sombrias sobre o tema do desatino humano como “le Charnier" (O Ossuário). Em 1944, torna-se membro do Partido Comunista Francês. Este período volta a ser de alegria quando o pintor se relaciona com Françoise Gilot. Esse amor nascente assim como a euforia pela libertação proporciona um novo ânimo ao artista, que produz o quadro “la Joie de vivre” (A Alegria de viver).
Em 1948, inclina-se por uma nova modalidade de arte, a cerâmica. Passa a reinterpretar obras de grandes mestres como ‘Le Déjeuner sur l’herbe’ (Almoço na Relva) de Edouard Manet ou ‘Les Femmes d’Alger’ (As mulheres de Argel) de Eugene Delacroix. Picasso se instala em 1961 em Mougins na companhia de Jacqueline Roque.
Artista protéiforme e prolífico – estima-se que tenha produzido mais de 30 mil obras – Picasso revolucionou a arte moderna. Sua genialidade foi universalmente reconhecida ainda em vida e hoje mais de uma dezena de museus de todo o mundo são dedicados exclusivamente a expor suas obras.