QUANDO COMPRO É CARO E QUANDO VENDO É....
Não sei quantas vezes eu já ouvi esta frase:
Quando compro pago uma fortuna. Quando pretendo vender oferecem muito pouco.
Isso é verdade?
Geralmente eu me pergunto (mas não falo) - que porcaria ele comprou então?
A resposta não é muito simples, mas quase sempre é SIM.
O sim, entretanto, não vale apenas para o colecionador, filatelista. Vale também para o comerciante, semi-comerciante, comerciante disfarçado, maleiro, ambulante, etc.
O comerciante estabelecido, com funcionários, contador, grandes despesas precisa, para manter a empresa, trabalhar com mercadoria de valor agregado mais alto. Ele não pode adquirir selos modernos que NUNCA IRÃO VALORIZAR, e mesmo que ele dobre o custo não conseguirá pagar nem a conta de água.
A de luz então....nem pensar.
Por outro lado a resposta pode ser OUTRA.
Como comprar algo que na venda teremos o capital de volta e quem sabe até um lucro?
Ora, basta ver os exemplos do passado e apostar.
Há cerca de 50 anos atrás uma quadra Olho de Boi era aberta para atender 4 colecionadores e conheci um filatelista que retirou um 60 réis da carta da família para completar a coleção. Todo mundo sabe que um 60 réis carimbado vale no máximo 5% de uma sobrecarta com ele circulado. Veja que estamos SEMPRE FALANDO DE SELOS DO IMPÉRIO.
LOUCURA, BURRICE?
Não, na época era isso o que todos faziam. Abriam quadras retiravam selos das cartas, etc.
Nunca vou esquecer quando ouvi esta frase durante uma palestra que eu proferi em uma exposição no Rio de Janeiro na década de 90.
A sala estava repleta e uma pessoa no fundo mandou o foguete: O que a minha esposa, quando ficar viúva, vai fazer com os selos que eu deixar? Vai vender por preço de banana a um de vocês?
Eu o conhecia e mentalmente respondi - mas a sua porcaria de coleção ninguém vai querer. Você é um mão de vaca que nunca comprou um selo inteiro. Hiii pensei alto demais?
Eu respondi: É sempre assim que eu escuto a sua pergunta, pois nunca ninguém me pergunta o que a minha esposa vai fazer quando ficar viúva, lembrando que eu não tenho apenas um selo de cada , mas milhares.
Após este 25 anos em que me dediquei à esta profissão só posso deixar um recado:
A aplicação de dinheiro em qualquer ramo exige conhecimento e prudência. Olhando por um possível retorno com lucro compre jóias.
Na filatelia é possível isso desde que você saiba que o que nasceu barato, continua sendo barato e parece que sempre será barato.
Os selos raros, geralmente do século XIX (dificilmente do século XX ), ficam mais caros e podem até surpreender.
Concentrar os maiores recursos nos selos clássicos é a solução e esquecer o dinheiro jogado fora na parte moderna. É divertimento sem retorno.
Como dizem por ai - um diamente (ou uma peça filatélica rara do Brasil) é para sempre.
Jóias e bijuterias misturam-se na filatelia e um monte de bijuterias jamais irá brilhar como um raro diamante, assim como nunca teremos um campeão em exposições filatélicas que não tenha gasto bastante dinheiro, tempo e paciência para formar o seu acervo.