VIREI MINEIRO, UAI
Até bem pouco tempo atrás eu realmente não sabia que parte do estado de Minas Gerais pertencia à outra Capitania (Império).
Sabia, por outro lado, que após a revolução liberal de 1842, algumas cidades (Silveiras, Areias, Queluz) passaram a pertencer à Província do Rio de Janeiro.
Foi uma espécie de castigo que durou apenas 10 meses. Claro que eu procuro uma carta de 1842 com um dos carimbos citados, pois estas peças seriam classificadas como sendo do Rio de Janeiro e não de São Paulo.
Ao remontar a minha coleção “O LONGO CAMINHO ATÉ OS OLHOS DE BOI” recebi diversas orientações. Uma delas era de que eu não deveria empregar a separação das marcas postais por Províncias ou em ordem alfabética. Era assim que a coleção sempre esteve.
Foi ai que percebi como seria difícil achar outra forma de apresentação e concluí que o melhor seria uma abordagem por rotas postais.
Foram meses de pesquisa e descobri que boa parte da nossa geografia era para mim desconhecida.
Descobri também que as marcas postais do nordeste (Pernambuco, Maranhão, Bahia) em peças circuladas dentro do Brasil são extremamente raras. Geralmente estas marcas postais só aparecem em cartas enviadas para Portugal.
Descobri mais. Na difícil divisão das rotas mineiras uma parte não pertencia a Minas Gerais (Uberaba, Araxá). Era a chamada picada de Goiás e que passou a pertencer a Minas em alguma outra data.
Qual não foi a minha surpresa ao ler a carta ilustrada a seguir.
Ela ainda por cima apresenta a indicação manuscrita “Logo logo” que significa “urgente”.
Assim sendo os goianos destas regiões passaram a ser mineiros, uai.